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Mostrando postagens de dezembro, 2013

Antonio

                                         Era a vontade pungente de amor que movia os corpos nas ruas do Centro. Desiludidos, machucados e feridos, eles se inteiravam da dor do outro, da falta de completude, da vontade de completar-se de passado. O olhar seguia a silhueta que ele fazia. Alta esguia e triste, do seu peito deflagravam cores, fortes que a arrebentavam. Tiros de cor: vermelhos, verdes, lilases, mas sempre com uma força bruta de uma besta faminta. A cabeça sempre explode a essa primeira lembrança, pois flanando silenciosos entre as ruas de pedras portuguesas, suas ausências gritavam mais alto que o zumbido dos passantes. Só que gritavam pra ela, apenas pra ela. Pois nele ela não entrava, não era, ele, invadido.O silencio que permeava as passadas só acentuava a vontade dela de fugir. Mas o silencio dele sufocava, pois pintava. Estava virando tinta aos olhos inquiridores de sua observadora. No olhar que ele desviava sempre e na timidez que ambos nutriam.

Um certo tipo de garota

            Não posso falar por todas as garotas que nasceram no século passado. Então resolvi falar por mim! Passamos nossa juventude tentando arrumar o que achamos feio em nossos corpos, procurando o cara lindo das comédias românticas. Passamos uma vida suspirando e chorando de alegria ou tristeza. Será que passamos? Existe sempre aquela história, que marca um período. Assim como canções, livros, viagens. Minha geração é muito "imagética". Para demonstrarmos os nossos múltiplos sentimentos recorremos a imagens, muito mais que as palavras. Nesse fim de domingo resolvi fazer algo que sempre fiz, revi uma comédia romântica, daquelas que acabam o filme com um beijo. Ainda estou tentando compreender o que me motivou a escrever. A princípio, vou me guiar na vontade de colocar para fora o que sempre revolve aqui dentro. Ao contrário das comédias românticas made in Hollywood, a vida é completamente diferente, não estamos predestinados a sermos popula