Vamos pintar um quadro Com os dedos dos pés Para entender que a vida É mais que isso Que minhas palavras viram flores Que nunca murcham E nossos momentos de felicidade São eternizados Como tatuagens. Passeando de mãos dadas Pela rua ao som da flauta doce Dos novos musicistas Nossos corações enchem De carnaval, nesses instantes De fantasia... Pena ser sonho de um animal racional esquecido. E se esse sonho pudesse Ser uma prece, nela eu pediria Cor, vida, amor Aos donos da alegria Que restituíssem o tempo Para que essa hora de agora Não existisse lágrimas ao redor As flores não murchassem. E nossas estações De felicidade não morressem... E essa torrente de ódio e magoa Fossem apenas uivos. Mas eu perdi tudo! Você, A paz, O sentido No mundo. Copyright @ Carmo Senna, 2006