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Mostrando postagens de dezembro, 2006

Sonhos Uivantes

Vamos pintar um quadro Com os dedos dos pés Para entender que a vida É mais que isso Que minhas palavras viram flores Que nunca murcham E nossos momentos de felicidade São eternizados Como tatuagens. Passeando de mãos dadas Pela rua ao som da flauta doce Dos novos musicistas Nossos corações enchem De carnaval, nesses instantes De fantasia... Pena ser sonho de um animal racional esquecido. E se esse sonho pudesse Ser uma prece, nela eu pediria Cor, vida, amor Aos donos da alegria Que restituíssem o tempo Para que essa hora de agora Não existisse lágrimas ao redor As flores não murchassem. E nossas estações De felicidade não morressem... E essa torrente de ódio e magoa Fossem apenas uivos. Mas eu perdi tudo! Você, A paz, O sentido No mundo. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Réquiem para um amor

Não quero mais essas frases baratas Nem pessoas pequenas Eu acho que me arrisco. Sua filosofia de bar não Leva-me a verdade De que eu me entrego Ao vazio. Cansei do realismo dos loucos E das insanidades da vida. Me de um pouco de paz, Faça-me um cafuné Hoje não quero saber Se amanhã ainda existe Ou se apenas foi brisa. Esqueço-me em folhas Água e sal são o que corre no meu Rosto sem expressão Paro de respirar e volto A minha vida de solidão. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Simplista

Poetinha ilusionista, Pobre coitado! Que de caprichos ensinados Descobriu que nada é válido Se não for certa a coragem de viver Incerto e adorar essa inconstante realidade De não ter o que quer E mesmo assim Querer o que é liberto. Poetinha esperto, esse amigo seu. Que acaba de dedicar-lhe um poema, Mas direto e sinuoso Que horizontalmente Podem se ver os pés Dos amantes inconstantes... E que estranhamente feliz hoje, Estranhamente feliz desde horas atrás, Estranhamente inundado de coisas boas... Mudou o tempo. Achou que era eu ou algo ali dentro E ainda nem sabe o que é. Mas sabe aonde vai, E qual ponte desejada lhe aguarda Ao final dessa jornada E de Pobre coitado O poetinha ilusionista Passou a louco Apaixonado Ao novo e então Poetinha visionário. Copyright @ Carmo Senna, 2006