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Mostrando postagens de abril, 2017

Uma bruxa mora no meu quarto

Demorei a perceber que me drenava as alegrias e apenas me engordava de palavras doces. Com seus cabelos branco neve, sua vaidade exagerada e uma irritante mania de crer que o mundo está contra ela. Assim, acabei por amá-la. Um erro poroso como sua pele, essa mesma pele que sempre salienta estar maltratada para explicar a vilania do mundo. No momento que abri a porta do quarto ela se instalou. Bem... falando desse modo, parece que a encontrei a beirada do portão implorando um prato de comida. Não foi assim! Ela sempre esteve aqui, antes mesmo do meu nascimento. E hoje, creio apenas ter nascido para lhe ser útil. Mas, não vou fazer tantas digressões, vou voltar ao “fado”: Ela mora no meu quarto. E seu prato de comida hipotético são todos os meus sentimentos. Que com voracidade ela baqueteia-se até que eu esteja esquálida de um substrato primordial chamado AMOR. Eu possuo, ela não ! Por isso, quando colérica me insulta, me espanca, me ameaça e eu, eu apenas paraliso. S

GEORGINA

Sentada em uma estação de metrô, que descera por estar nervosa e confusa com seu caminho, ela observa com um olhar alheio os passantes. Um bebê que berra, uma mulher exageradamente maquiada, um vendedor de bala nervoso para a chegada da próxima composição – Não é permitido comercio no metrô, mas todos fazem! Bastava apenas deixar o suspiro chegar e com ele o choro de seu desespero emergir. Bastava se entregar ao medo e a ansiedade que a consumia. Bastava... Mas, para ela não cabia o bastava e principalmente, não se permitiria sucumbir aos sentimentos estrangeiros que os caminhos errôneos nos sobrepõe. De modo despretensioso, ela retira da bolsa o que a distingue dos outros passantes ou não, da estação. Ela pega seu batom cor amora e em um movimento preciso que diz ao mundo: - Não estou perdida. Ela passa-o nos lábios aquela cor frutada que diz muito sobre sua personalidade. Pois existe uma intenção que pessoa alguma pode captar e mulher alguma pode repetir. P