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Mostrando postagens de 2012

i'm not there... by your side

pollock Já foi dito  inúmeras vezes aqui, que sou feita de palavras, livros, prosas, poemas e conversas... Isso nunca fora tão pungente e tão inteiro. É como construir castelos de areia em micro ampulhetas, e espalhar minha Alexandria em vários múltiplos corpos, casas, pessoas. Acho tão lento e ao mesmo tempo tão veloz o tempo. Ganho pessoas perco pessoas e mais uma onda me toma de assalto. Agora eu estou me achando à deriva, flanando por dentro de mim dando voltas e mais voltas nos meus próprios labirintos sentimentais, sem medo da besta me alcançar e me levar, sem medo de estar na escuridão. Adoro o escuro, não fui forjada nele, mas me acostumei a ficar lá. E mesmo que digam que eu predominantemente escolho a tristeza, é dentro do negro total, do silêncio total do mundo estático no universo encontro paz para a dor, mesmo que o espectro meu, esteja mutilado. O mundo entorno acredita num sentimento potente e ao mesmo tempo uma bomba atômica, contida no peito que pode

The Elegant Man

desconhecido É simples, o salão lotado de convidados, pequenos vasos de flores feitos de lâmpadas pendurados nas mesas, com lindas e angélicas, deixando o ambiente perfumado de nostalgia e saudade. No centro do salão ele esta de pé, com um terno muito bem cortado, os cabelos arrumados, a luz é fraca, trazendo ao ambiente um ar aconchegante e principalmente mágico. Era para quem via pisar em nuvens, era para Ela, que olhava pela janela a festa, um sonho. De repente um homem, negro, dá boa noite aos convidados que de olhos molhados olham pro rapaz no meio do salão. Ele estende a mão para o nada e uma jovem levanta da cadeira mais distante, trajando um belo vestido branco, curto, com os mesmos ramos de flores envolto a cintura formando um cinto, e nesse momento o homem negro começa: " When I Fall in Love”. .. O casal, olhando um nos olhos do outro dança e o salão parece desaparecer a cada giro que eles dão juntos. E Ela do lado de fora, se põe a chorar e a janela fica che

Móbile

jennifer hansen É sempre o abismo e o choro capcioso que levam a queda e a inaptidão de saber se haverá chão, se morrerei no impacto ou continuarei flutuando. Meu corpo não aguenta mais, minha mente não aguenta mais. Sigo cansada! Nunca havia chorado por cansaço, já sim, por amores perdidos, amigos, parentes, cães, sonhos... mas de cansaço, de estafa, nunca! Entretanto, me questiono se as lágrimas representam mesmo isso... A pior coisa nessas horas é a solidão prenhe de mim, pareço envolta em seu liquido gorduroso. Mastigando e sendo mastigada, por alguma coisa faltante na fala do interlocutor. E sigo! Criando origamis euteamo (sim tudo junto, pois sinto inteiro e não com pausas), onde posso expor. Alguns tão micros, outros tão macros como o universo. Só que no vácuo o som não reverbera. Então o grito é mudo, e o estrangulamento causa as quedas d’água e as chuvas que molham meu travesseiro. Como queria o mínimo de entendimento. O algo inteiro, de movimento preciso a val

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O conforto estava de ser algo mínimo, um pedaço de nada em equilíbrio com tudo. Mas bicho, que humano, que fareja as estrelas para se alimentar.   Trazendo-as para próximo do abismo, e cair, continuar caindo infinitamente dentro de si, e descobrindo que a paz da queda preenche mais que viver cheio para viver para alguém. O que é esse full fou dentro de mim? Senhor descompassado que regressa imperdoável para o presente como se todo o universo em buraco negro mordesse os calcanhares do meu coração inexistente. O passado ensina a viver o presente com menos amarras e menos medos, entretanto trás mais brumosas escolhas que meu caminho de lodo, composto de pó de estrelas defloram a cada pisar fecundo e extremamente estéril. Reconstrói planetas tóxicos de fortalezas de areia e tempestades áridas. Ao olhar, percebe o vazio negrume nos olhos, sem vontade de preenchimento de lua ou sol, apenas o confortável negro ianomâmi de uma existência assumidamente dual. Olha para o lado e des

Autoretrato

Doisneau Novelas da Globo, são mal escritas. Quem já não ouviu essa frase? Ou, ver novela, não é ver novela. Você pode estar lavando a louça, ou no banheiro cagando e se prestar atenção a um diálogo da novela, pronto! Já consegue imaginar até com que roupa e gestos o personagem disse aquela frase clichê. Sei disso há séculos, que as novelas são bobas, mas todo brasileiro senta na tv e assiste a um episódio. Muitos de forma interessada, que sabem os dramas, quem são os vilões e por aí vai. Outros como eu, usam delas para evitar as conversas, algumas estimulantes e necessárias, e algumas vazias, vazias de carinho e atenção e outras onde você em torrente coloca para fora suas dores, e deixa o dia mais solitário e de coração partido (ótimo clichê de novela). Todo mundo acha que o que preenche o vazio é o amor. Não é o amor, existe o amor próprio, esse já preenche a gente de uma forma, que mesmo não querendo sair do quarto e não querendo falar com ninguém, o amor próprio faz v

Amor CU

autor desconhecido - Dar o cu dói? Dói. Então é a mesma coisa... - Ah! Mas o que isso tem haver? Na hora que esta tudo dentro e em movimento esquecesse a dor.  Será que e assim mesmo? O amor, esse sentimento medonho, contagioso, aidético é doloroso e prazeroso como dar o cu. Bem, ao menos quando se come um cu bem, a dor incomoda passa para a sensação de sentir o outro pulsando dentro da gente. Como se o coração estivesse ali, irrigando você de um algo muito maior que a dor. Mas o amor, o amor nem sempre traz isso, ele carrega uma paz e uma guerra que não conseguem uma trégua. Como conjugar e respeitar as escolhas d'outros se em nós os impérios devem se pacificar e sair de sua crise rotineira, para com pactos parcos estabelecer a paz no pós-guerra. Dar o cu é o pacto pós guerra. Deu o cu uma vez e gostou vai sempre querer dar de novo, ele vira a rendição do já rendido e do amor. Mas amar, bem, se amou uma vez gostou e doeu, bem ai não se tenta novamente.  Volto a pen

Horas

Henri Cartier-Bresson sonho  no encalço coração tropeço, percalço enlaço lançado alto  caço pulsante  venoso arterial esponjoso amoleço pedaço padeço esperando esmoreço, e já amanheço.

The Dreamers

 Henri Cartier-Bresson É simples, o tempo se esvai levando para debaixo da terra, a poeira que o invadia. E são as amplas gavetas do quarto, as amplas gavetas que não podemos acessar, por estarmos boiando, ou melhor, orbitando ao seu redor que acaba por nos afogar, afogar de modo estrangulado. Juncos, raízes e brotos, fazem do tempo à hipotermia de quarenta graus acima de zero. A hipotermia causada pelo suor, que se mistura a poeira nas reentrâncias do seu corpo, que escorre criando uma lama, um momento movediço, uma não adaptação do eu para seu próprio eu-outro. E o lugar, que lugar é esse que queima a água-viva, que faz sertões e principalmente Tristãos, Ulisses, Romeus, que o transforma em Isoldas, Julietas, que o transforma nas palavras, que perpassa o eu-lírico masculino mais usual, mais pudico e comedido, para o grito espalmado em placas de aço, dela, dela que escreve tremula, que percebe que não escreve, reverbera. Que esta só! Junto com seu corpo nu, que toca seu

Wasabi faz tudo ficar melhor

Henri Cartier-Bresson É assim que Ana acorda. De calcinha e uma blusa folgada nem parece que esta em pleno inverno. O quarto é pequeno sem calefação, ela esta sentada no chão, com a mini geladeira aberta. Na parede, as suas costas têm um pôster gigante do Bob Marley. Seu café da manhã como sempre é um pote de sorvete e Wasabi. Mergulhada mais uma vez em suas convulsões literárias, ao seu redor esta parte dos países que deflagraram a última guerra mundial. Todos lidos e engordurados, com a mistura que esta na sua boca. Seus olhos estão vazios outra vez. Ela dorme no chão, um dos livros servindo como travesseiro, seu corpo esta grudento de suor, comida, guimbas de cigarro. Com suas cinzas deixando a pele com um colorido diferente. Há essa hora o frio é menos intenso. E o gato entra pela janela, que esta meio aberta expondo o mundo. Ele lambe o rosto de Ana, ela vai despertando aos poucos, pensando que é algum ser mítico ou apenas um homem, que a lambe seminua. No seu delírio sexual

9 Crimes

Frida Em queda, e com medo. as asas queimam, relembrando os crimes cometidos. Com as cinzas das cartas que antes de ti, o corpo ainda escrevia Deixando o rastro do oroboro destino falho Que prenche o céu de fragmentários meteoros incandescentes Que caem cadentes Em seu continuo pulo De vencer a gravidade de uma vida consciente de andar armada e engatilhada que tenta esconder nos poros Seus desejos prenhes.