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jennifer hansen |
É sempre o abismo e o choro capcioso que levam a queda e a inaptidão de saber se haverá chão, se morrerei no impacto ou
continuarei flutuando. Meu corpo não aguenta mais, minha mente não aguenta
mais. Sigo cansada! Nunca havia chorado por cansaço, já sim, por amores perdidos,
amigos, parentes, cães, sonhos... mas de cansaço, de estafa, nunca! Entretanto, me questiono se as lágrimas representam mesmo isso...
A pior coisa nessas horas é a
solidão prenhe de mim, pareço envolta em seu liquido gorduroso. Mastigando e
sendo mastigada, por alguma coisa faltante na fala do interlocutor. E sigo! Criando origamis euteamo (sim tudo junto, pois sinto inteiro e não com pausas), onde posso expor. Alguns tão micros, outros
tão macros como o universo. Só que no vácuo o som não reverbera. Então o grito
é mudo, e o estrangulamento causa as quedas d’água e as chuvas que molham meu
travesseiro.
Como queria o mínimo de
entendimento. O algo inteiro, de movimento preciso a valsa calma de um dia
cansado mais com um coração aberto a me abrigar em léguas. O incomodo do
cansaço apenas cresce a ebulição d’outros fantasmas. Que me visitam a noite na
esperança de me tornar um deles, em comunhão com suas risadas. Não há riso em
tempos assim, não há passagem que suporte o corpo em fragmentação do discurso,
como o meu se põem a estar.
Vivo crendo na imagem congelada a
minha frente, que hoje uma borboleta azul sustenta, será verdade? Ou apenas
engodo, meu engodo cego e arfante. Que comprime e expande e me coloca a beira
do que nunca é.
E assim, tateando o outro,
tentando ver se o que me alastra como febre o faz feliz, o faz cantar, e de uns
tempos pra cá sinto uma escala de retrocesso enquanto avanço cavalheirescamente ao encontro árido dos hologramas-oásis. Teimando
em existir, teimando em crer, teimando sempre em *t’aimer.
*t'aimer: verbo francês amar. tradução: te amar
O senso comum vive a dizer que o caminho é viver o hoje, o mesmo carpe diem vivido infinitamente. No fundo acho isso tudo uma falácia, algo irrealizável, viver pelo hoje é sempre muito pouco, a nossa sina como ser humano é a de viver o amanhã, nunca estar completo, junto, é permanecer cansado até o fim de nossos tristes dias.
ResponderExcluirVocê capta minha essência Carmô Senna.
Thiago.
Oi, Carmosita. Belo texto! Parabéns!
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