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Mostrando postagens de 2006

Sonhos Uivantes

Vamos pintar um quadro Com os dedos dos pés Para entender que a vida É mais que isso Que minhas palavras viram flores Que nunca murcham E nossos momentos de felicidade São eternizados Como tatuagens. Passeando de mãos dadas Pela rua ao som da flauta doce Dos novos musicistas Nossos corações enchem De carnaval, nesses instantes De fantasia... Pena ser sonho de um animal racional esquecido. E se esse sonho pudesse Ser uma prece, nela eu pediria Cor, vida, amor Aos donos da alegria Que restituíssem o tempo Para que essa hora de agora Não existisse lágrimas ao redor As flores não murchassem. E nossas estações De felicidade não morressem... E essa torrente de ódio e magoa Fossem apenas uivos. Mas eu perdi tudo! Você, A paz, O sentido No mundo. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Réquiem para um amor

Não quero mais essas frases baratas Nem pessoas pequenas Eu acho que me arrisco. Sua filosofia de bar não Leva-me a verdade De que eu me entrego Ao vazio. Cansei do realismo dos loucos E das insanidades da vida. Me de um pouco de paz, Faça-me um cafuné Hoje não quero saber Se amanhã ainda existe Ou se apenas foi brisa. Esqueço-me em folhas Água e sal são o que corre no meu Rosto sem expressão Paro de respirar e volto A minha vida de solidão. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Simplista

Poetinha ilusionista, Pobre coitado! Que de caprichos ensinados Descobriu que nada é válido Se não for certa a coragem de viver Incerto e adorar essa inconstante realidade De não ter o que quer E mesmo assim Querer o que é liberto. Poetinha esperto, esse amigo seu. Que acaba de dedicar-lhe um poema, Mas direto e sinuoso Que horizontalmente Podem se ver os pés Dos amantes inconstantes... E que estranhamente feliz hoje, Estranhamente feliz desde horas atrás, Estranhamente inundado de coisas boas... Mudou o tempo. Achou que era eu ou algo ali dentro E ainda nem sabe o que é. Mas sabe aonde vai, E qual ponte desejada lhe aguarda Ao final dessa jornada E de Pobre coitado O poetinha ilusionista Passou a louco Apaixonado Ao novo e então Poetinha visionário. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Roupa de Cama

No momento certo Cada pedaço de pele É doado, A mão segura e aperta A respiração e o Coração acelera. Nas alcovas os Gemidos dos delirantes Que submergem nas noites Das canções ritmadas Dos corpos vibrantes. E é nesse momento, Atravessando As paredes dos desejos táteis. E na busca do "fel" Das ardentes paixões Desavisadas... Que me exponho falando: Sou o seu beijo roubado O meu afago forçado O nosso peso delicado Nos lençóis do Quarto. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Please, Please Me

Eu quero começar o dia, escutando você cantarolar “If I fell”. Escrever um bilhete e deixar ao lado do seu travesseiro dizendo: “I’ll pretend that I’m kissing the lips I’m missing” E você embalar meu sono cochichando “Darling I love you” E dançarmos naquela festa “Sha la la la” de forma desengonçada Quando brigarmos e eu preferir ficar sozinha Deixe-me escutar “Let it be” para chorar E na hora de fazermos as pazes você pensar em Uma serenata e cantar sentado ao meu lado: “Love, love me do,You know I love you”. E para fazerem os fantasmas da minha vida sumirem gritarei em plenos pulmões “Blackbird singing in the dead of night” Vem fica comigo, só essa noite… “I want her everywhere and if she's beside me I know I need never care” envolva-se nos meus braços Para assim dormimos de conchinha, amanhã é domingo... E ao levantar e ver o sol, olhar um para o outro e constatar “Don't need to be alone. No need to be alone. It's real love.” “When I get older losing my hair, many years

Madrugadas e sussurros

Sabe quando você Cresce se apaixona e sofre? A forma certa dessa Aflição d’alma é A “amizade”, De só querer O Beijar, o abraçar. Mesmo que não admita O amar... Daí inventaram o Ficar. E você tolo errante Com o coração desavisado Fica lá, fica cá. Deixa um pedaço seu em cada Boca de céu Em cada pele de luar. Melhor dizer, Em cada amor Que nasce torto, Morre torto E acaba Louco. Amar assim errado É viver querendo Paixão É suspirar por um Amor Que tarda a chegar E se chega é uma ficada. Mais um lugar Mais um poema Onde tudo é saudade. Não existe verdade Já que poeta nenhum sabe. (Para o amigo Marcos que tanto me pedia um poema) Copyright @ Carmo Senna, 2006

Sua Forma

Pela primeira vez imagem Composta de saudade Enraizada de desejos Inteira de paixão Ela ama Ela te ama Ela vive em seu mundo De suspiros, cores, formas. E invenções Agora não tem medo De ser apenas Menina solta no vento... Copyright @ Carmo Senna, 2006

Além de mim, o mundo

Eu vi seu sorriso Senti todo o amor. A chave abriu Os mares em mim Um sinal feito em Prosa As cartas no armário Ditam a face Do amor pré-existente. Eu vou correr pra você Quando a tempestade lá fora Apagar as luzes Eu vou pra lua com você Quando a viajem for certa E juro que nem o Mais bonito dia Pode descrever, aquele silêncio Aquela sensação de calor E saudade que fica no meu corpo Pois mais ninguém além de mim Sabe o que é seu abraço E nem a falta de emoção dos Céticos E nem a fé dos mais emotivos Pode racionalizar Esse estado de espírito Que é enfim Voltar a lhe amar. (Para o Beto) Copyright @ Carmo Senna, 2006

Hiroshima de um amante

Valorizei de mais O desconhecido Me tornei Napalm Para os amigos. O dia seria perfeito Se até os desejos Fossem bombas Suplantando a razão. Ainda não nasci Apenas cresci Querendo viver... E para os que sabem: Poetas são amantes Mas eu sou ainda infante Nesse picadeiro de emoções E trazendo as tormentas Chegam os meus fantasmas A soleira dos sonhos. E insone a esperar A criança da noite Observa o universo De dentro de minha Solidão. (Para todos os amores vividos) Copyright @ Carmo Senna, 2006

Sagrado (Grito de Simplicidade)

Vendo minhas figurinhas De palhaços e pastorinhas Em troca de amores verdadeiros Pra esquecer que no Tempo que dou ao meu tempo O mundo gira no horário ponteiro De escolhas Onde ser não é ser É apenas estar É complicado, mas vou tentando Ser mais certo e menos errado Já que o diferente é O complexo e multicolorido Viveiro de ilusões Onde deito a SIMPLICIDADE Dos meus sonhos sãos. (Para a Trupe do Teatro Mágico que me ajudou a voltar a 'Respirar') Copyright @ Carmo Senna, 2006

Queria apenas dizer

Sem medo do não Sem medo de perder Só que nem tudo é bom E você não vê. Eu criei o mito Eu faço escrito Todas as formas certas De ser. Mas cadê? Ao final O dia se vai, o sono chega, A noite simula Na perfeição falsa Eu choro, Sendo peão Palhaço Bufão... Que de tanto sofrer Cai no samba pra Esquecer Talvez assim Possa viver Embriagado e indiferente A magia Que é o perder. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Alma de ladrão

O mundo é diferente Quando usurpamos sentimentos Para envolver em nós poesia Isso acontece quando o tempo muda O céu chora por amores Já que precisamos das lágrimas de outros Para que belos por de sóis ressurjam. Indiferente a mim, Aquela visão de beleza ficou Imóvel e imutável no tempo. Deixando-me ser ladra Daquilo que lhe é caro Mas que o desperdiça só... Num mundo onde O nada Aplica-se ao viver. Foi assim com você hoje Lágrimas azuis, numa terra vermelha Um nome que jamais saberei Uma dor diferente, quem sabe? E eu ali a me alimentar Disso que poucos conseguem Fazer: Inspirar Copyright @ Carmo Senna, 2006

Itinerante (coração enganado)

Vendido Ensangüentado Dilacerado Completamente esquecido Jogado as traças Em meio a uma mesa De pôquer De dados Viciados e velhos Onde, esse músculo Esconde gente. Voluntário Impulsa desejo Quer sua saliva. Anda amando Reinventando Absorvendo As gotas de lágrima Vivas do vento. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Saudade

Nasce minha paz Aumenta minha angústia Destrói meu silencio Leve o meu amor contigo. Cala num adeus tátil As juras imaginadas. Bruma o meu dia Esquece as feridas Pulsa novamente Ri, canta, chora Triste, é sempre triste Um coração que não quer Viver o presente. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Certas escolhas...

[De escolhas próprias, escolheu a solidão...] Das noites brancas, tristes noites Sem paixão De escolhas próprias, escolheu ser errante, Bufão de um salão de diamantes, Árvore não plantada, semente queimada De escolhas próprias, escolheu a dor Das idas e vindas, sem intenção Prazer aplacado nas correntes do sono. De escolhas próprias, escolheu a reclusão Das palavras de um pobre poeta Sem inspiração. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Borboletas Amarelas (Sobre Mim)

Cores Estampadas formas abstratas Às vezes um ar glacial Fogueira, brasa. Meias coloridas, Pijamas infantis Pensamento velho Papo novo Alternativa Tradicionalista Mais emoção Que razão Entretanto puro domínio Vive de Rio, Anda nas Minas, Dorme pelo Norte Ama ao Sul Espírito indomável Altamente conquistável Pedaço de mulher Em corpo de menina Na pele um abraço Nunca dado Um beijo roubado Um EU verdadeiro. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Meu tempo acabou

Um dia inteiro de cartas e afagos Esquecidos no armário Sem mais pedidos Sem mais declarações Saudade, talvez! Sim, não... passado. É sempre assim A vida? Escolhemos quem fica E quem vai, Mas será quem fica não quer ir? Tudo parou, tempo, Correio, trovão Minha mente oscila entre a Realidade e a fantasia Cadê você? Chuva de verão, aqui e em qualquer Lugar Uma hora tem que parar. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Enfim piegas

Que mais pode um poeta? Ser falso criativo e tentar Pedir a um eu lírico amigo, Uma cantiga de amor esquecida Para que permaneçam E junto com ele, façam Um pedido certo Numa noite incerta Seria correto dizer e ser vulgar Não! Nada é vulgar Se forem ditas palavras certas. Fica comigo mais um pouco. Só essa noite e por todas talvez... Quem sabe? É deveras piegas O sentimento passado Mas é a mais veemente Das descobertas Então FICA COMIGO Só dessa vez... Copyright @ Carmo Senna, 2006

Fotografias

Porque sempre quando queremos Ele vem e nos arrebata Me escreve em prosa Suas mágoas E canta em rima Suas alegrias Não escreve uma linha Sem ser poesia. Compartilho minhas palavras Mas parece que o efeito Nunca passa Ele vem e vai E eu fico. Esperando Nos extremos dos sentimentos E das entre linhas O ponto de interrogação e exclamação Certos em um dia. Virei Um poema Vivo. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Segundas - Feiras (sem asas)

Eu não entendo a solidão Passo a não ver o amor Ele que me fora tão caro Morreu de dor. Quero a liberdade de não Pensar Ouvir e se perder no mar Sem ter porque calçar Um chinelo e levantar. A vida é feita de segredos No minuto que descobrimos Cessa o encanto Afetos mundanos Amores levianos Lugar ermo Sucessão de dias... Copyright @ Carmo Senna, 2006

Passarinho...

Passarinho precisa voar, Mas pode se encantar com uma bela jovem E cantar... Migrar no inverno, Voltar no verão E cantar... A soleira de uma janela, A música que aprendeu De cicatrizes e dores O passarinho cresceu. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Temps

Tudo é sobre o tempo Tempo de conversa Tempo de palavra Tempo, o tempo... Faz TEMPO que não Escrevo um verso, Uma canção, um roteiro... Já fazem TEMPOS que não Filmo, não penso, não vejo Não ouço... Tudo sobre a falta de TEMPO De tentar falar e peder, O momento certo, A ditado mais perfeito A vida de meu TEMPO. “The person I've been searching for The one whose meant for me...” (trecho final da uma canção do Jamie Cullum) Copyright @ Carmo Senna, 2006

Segredo de Deus...

Dois pares de escolhas Um sol quase velho Perdido em meu horizonte Perdido O vai e vem das ondas Encostando pesadelos e desejos. O relógio cuco em mim Sempre a espreitar, serpenteando O luar apaixonado nos vitrais Furtivo Pego a luz da noite e pinto Seus olhos para além do infinito. Perco o fio de ouro no labirinto Tateio o vento para tocar O concreto. Chego a boca do frio e tento... Calo no beijo sedento O segredo de Deus e do tempo. Copyright @ Carmo Senna, 2006

"Toque"

Um violeiro Um cachaceiro Um amor verdadeiro E eu apenas um A acreditar na cigana Que fala sempre ao meu coração Ele onde estará? Pois um dia a de amar Mas quem tem certeza do destino Meus olhos vivem a brilhar Meus amores guardados na gaveta ao de voltar E a única coisa que quero é uma canção Para me livrar de vez da minha má sorte Um brasileiro Um cancioneiro Um mineiro. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Um estado interessante

Hoje estou cheia de graça A música que tocava no radio Era a nossa canção de despedida Mas ela não me trás más recordações Sou carioca em estado de paz Quero os casais nos beirais das janelas Suspirando ao me passar cadenciado Sendo eu o bailarino engraçado Das noites de amor dos Amantes secretos Eu O Ti amo guardado na voz Do menininho que da flor Para a professora, seu primeiro amor. Eu sou a voz, a alma De todo Rio de Janeiro Feliz... Copyright @ Carmo Senna, 2006

Desculpa a demora, mas eu amo você...

Sempre que choro chove Hoje chove e faz frio O frio sai de mim Ou dos fantasmas que tentei expulsar Hoje comecei a amar, Mas não encontrei Linguagem certa e nem aquém dedicar Meus sorrisos se foram No momento em que eu pensei Ele não vai mais aparecer E que falta faz, esse colo. Invisível que nunca precisei Mas agora acalento nas dores As palavras que nunca lhe dei E assim como o verão foi embora Você foi e só me deixou saudade... (depois desse tempo todo preciso de você e não sabe o quanto doí descobrir que não disse EU TE AMO quando você precisava ouvir...) Copyright @ Carmo Senna, 2006

Interminável

Não devia ter te abandonado Quando falei que era eterno E me entreguei a outro Sei que você sofreu Mesmo fingindo sorrir Não posso dizer que sou Infiel a seu sentimento Mas sou leviano quando quero As musas nos cabarés e Picadeiros que as Ilusões de um circo sem cor Me da. Você sempre me amou E continua me amando Burro e sem coração Eu sou que brinco com seus Sentimentos... Dias que vão passar Amor que vai voltar Nunca se extingui a chama Isso sou eu Elevando você para as Luzes dos meus cegos olhos. (PARA VOCÊ) Copyright @ Carmo Senna, 2006

Ego do Idiota

Vamos nutrir os egos dos deuses Mas sempre existe uma forma De ganhar nesse jogo. Eu nunca sou má nem boa Sou o meio termo da realidade E isso é transparente para vossos olhos Choro quando quero, engano mercadores. Compro Veneza e suas paixões em um arremate, Mas não brinque com meu coração. Ele não é de papel, muitas vezes vira aço puro. Esqueça a solidão, a imaginação. A sua altivez é o que caço como lobo Não transformo a presa em alimento Faço apenas o que os poderosos mais apreciam Brinco com a alma e o sentimento Através de minha poesia. ** Dois poemas hoje, pois são dois momentos em um só coração. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Meu Solitário

Eu vou sobre as águas Levando comigo o vento Sentindo na pele o tempo Que finda em nós De tanto me perder em teus olhos E me encantar com as carpas nas nuvens O luar vai me guiando Sua luz o meu vestido Banhando o meu espírito Necessitado de sossego Sedento por tempestades Cultivando calmarias E esperando a Liberdade De não amar mais... (aos meus olhos, que fogem e estão distantes, que amo e sempre vou amar) ** Dois poemas hoje, pois são dois momentos em um só coração. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Minha solidão em esperar...

Hoje a poesia é minha Mas a alma não... Perdi na mão do destino Quando enlacei a minha vida A essa existência em verso. Eu quero a volta de um coração Que de tanto voar para outros oceanos Perdeu-se no caminho do regresso Preso ficou num desses paraísos Onde a solidão se dá em árvores Preciso de um coração, Que me traga de volta. A realidade já é fugidia Para alguém que vive de pinturas Mas ainda pode amar, Sofrer, chorar, gritar. Mas se alegra com simples da Vida. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Anônimo em Fragmentos

Não quero o anonimato Sou parte daquilo que escrevo Perco-me em devaneios quando Penso em ser poesia minha Sou delírio apaziguado Tentando escrever versos Curtos sobre tudo Mas não consigo Meu coração é vagabundo E faminto por amores impossíveis E tento achar a medida certa Entre o Universo e o amor. Grafando em muros de diamantes Os segredos das Estrelas e seus amantes Contados em Noites quentes Para amores Iminentes Onde essa valsa delirante Encontra a eterna forma de querer Ser e estar em você. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Última Guerra

Imagine se todos os poetas Caíssem na desgraça de não existir As idéias mais brilhantes Os amores que fermentam o mundo Acabariam em pó. A idéia de ter um universo e não poder ser É como viver a beira de um abismo A espera de uma verdade que nunca chegará Solidão que corrompe minh’alma Arrancando meus segredos Destroçando esperanças Jogando-nos ao medo do infinito em nós. (minha forma de expressar raiva pela advertência de um amigo) Copyright @ Carmo Senna, 2006

Desconhecido

Gostaria de ser a cor dos teus olhos Quando eles estão em dias de maresia Esquecer as ferramentas para brincar com tinta E pintar borboletas amarelas no seu corpo Não conseguindo viver sem um poema Interpretado por nossas respirações rápidas Nossos sumiços e meus desesperos Repudiar e me encantar por qualquer outro Que tenha a nota certa para minhas palavras Onde o mundo se resume ao o que crio para você E o que pode criar para mim Vivendo em uma atmosfera diferente Entretanto sentido que você não está no meu planeta Ou que seu país não pode ser visitado Escolho entre os poetas ingleses aquele que mais Entende da alma humana E ainda me encontro sozinha Amando e construindo um santuário De fingidas esperanças e paredes de sal. A única coisa que faço nesse estado de espírito É rezar para construir um mundo só seu... Copyright @ Carmo Senna, 2006

Meus versos rasgados

Com a ira invisível Da minha total inocência Escalando montanhas de areia Enxergando falsas verdades Dentro de mim, ainda assim... Não aprendi ainda a amar Nem sou poeta ou malandro Trancando os gritos mudos Dentro dos olhos vermelhos De lagrimas de tinta. Alcovitando minha própria escolha Ao meu desespero Sendo o senso errado da lei Escrevendo meus versos rasgados Para qualquer quadro abandonado . Copyright @ Carmo Senna, 2006

Março Esquecido

Viver de ilusões passageiras Amores tardios e distantes Crescer ouvindo o cantar dos fantasmas Chorar na idade avançada Pensar que o céu e você São coisas distintas. A coloração se perde, Nada mais é fugaz Os amantes são palavras e belos rostos Esquecidos na estante empoeirada Aonde o ir e vir, se transformam na inércia De achar que o amor pode bater a porta. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Rotina

Acorda lava a cara Corre se arruma Sai desembestada A vida não tem mais O compasso traçado Esconde leva a fome Come num prato Sua ilusões e sonhos A vida não é mais O compasso traçado Pula e cai na chuva Essa torrente de choro Não passa com o dia A vida não foi mais O compasso traçado Dorme chega em casa Se trancando em seu silêncio Demora a sentir o som A vida não é, foi ou tem O compasso traçado. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Escadas do CCBB

Contamos nossos segredos Em uma sala imaginária Onde todas as angustias são dilaceradas Nos resta apenas observar e aprender um com o outro Sempre valorizando o conselho dado A escolha feita por cada coração. Não importa os limites impostos Pela sociedade, nos acostumamos a quebrar. As nossas barreiras para as conversas Somos acompanhantes nesta selva De palavras que nos torna cada vez Mais amigos E o que nos liberta e aprisiona São as linhas, letras e formas tão Suas e minhas Que é quase impossível avaliar Onde começa eu ou termina você. (Ao meu amigo Dantas que não reconheceu seu verso em outro poema) Copyright @ Carmo Senna, 2006

Ampulheta

De todas as areias do mundo Os navios se encontram no deserto É dele que é feito o passado Das dunas tecemos amores Das dores os acasos Mas não podemos versar Sobre o inusitado É dele que os corações se aquecem As inspirações são chama E os suspiros Mentirosos senhores De engenhos e farinha De presente e poesia Apenas senhores do tempo Vindouro do amor De nós dois. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Nasce o poeta

Esperanças, Melhor eu não ter E seguir minha vida Meio bossa meio samba Só num choro prolongado Na barra da calça do bamba Daquela voz de índio Misturado com branco Que nasce negro Nasce faceiro Nasce poeta Nasce cantor Nasce baiano Carioca, mineiro, pernambucano. Nasce mutante de um coração sem nó. Copyright @ Carmo Senna, 2006

Olhar Agateado...

É necessário escrever o que não sente. Mas se vê em contos de fadas Perdemos o essencial quando falamos De romances e amizades mesmo afirmando que esquecemos, Que é apenas fogo de palha remover as areias da praia. O mundo sempre trás a questão O que é ter um amigo então? Hoje no pensamento poderíamos Encontrar amores E só renegamos os nossos temores Nada mais que passado Simples chuva de verão. Acreditamos nessa falsa verdade Nesses mesmos olhos e nessa maturidade Mais que aparente, é latente. Sendo a única coisa que realmente mexe Falar dos C's e dos D´s Nos apaixonar e pensar sempre No mesmo menino carioca com Fama de homem sedutor. Copyright @ Carmo Senna, 2006