Quando se compra um presente Brindasse com a alma A alegoria do inusitado Contraste entre escolhas. Apresenta-se aos levianos O gosto que pode ser amargo Sem açúcar, sem especiarias. Pois é preto. Acabasse por se desfazer Na boca quente Ao leite ou meio amargo Mas sempre torrado. E nessa maravilha aromática A tal surpresa embriagada Esbarra na louça Feita de saudades Que arrebentamos com rápidas palavras Francesas de despedidas Onde o inusitado já ocorreu O aniversário fora lembrado. Ali continha embrulho, laço Cor, cheiro e intenções. Que da parte do mercador Não apareceu a tempo do bolo. E nisso tudo o que É igual ressurgi Num simples dialogo Entre a espuma e o grão. (Para Daniel Viana. Em homenagem ao meu presente de aniversário que nunca chegou). Copyright @ Carmo Senna, 2005