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Mostrando postagens de maio, 2011

Jacques Prévert

[ http://www.mentondailyphoto.com/2011/01/la-pluie-la-pluie.html ] Café da manhã Ele colocou o café Na xícara Ele colocou o leite No copo de café Ele põe o açúcar No café com leite Com uma colher Ele virou-se Bebeu o café com leite E ele repousou a xícara Sem falar Acendeu Um cigarro Ele fez círculos Com a fumaça Ele colocou as cinzas No cinzeiro Sem falar Sem olhar para mim Levantou-se Colocou Seu chapéu na cabeça Colocou Sua capa Porque estava chovendo E saiu Na chuva Sem me dizer uma palavra Sem olhar para mim E eu pus Minha cabeça entre minhas mãos E chorei . Déjeuner du matin Il a mis le café Dans la tasse Il a mis le lait Dans la tasse de café Il a mis le sucre Dans le café au lait Avec la petite cuiller Il a tourné Il a bu le café au lait Et il a reposé la tasse Sans me parler Il a allumé Une cigarette Il a fait des ronds Avec la fumée Il a mis les cendres Dans le cendrier Sans me parler Sans me regarder Il s'est levé

cummings

Robert Doisneau eu carrego o seu coração comigo (eu o levo em meu coração) nunca estou sem ele (e onde eu vá você vai, minha querida, e o que é feito só por mim é seu feito, meu amor) eu temo nenhum fado (pois você é meu fado, meu doce) não desejo nenhum mundo (pois linda, você é meu mundo, minha verdade) e você é qualquer coisa que a lua deseja e quais quer música que o sol cantará e esse é o segredo mais profundo que ninguém conhece ( a raiz da raiz o broto do broto e o céu do céu de uma arvore chamada vida;que cresce maior que a alma pode esperar ou a mente pode esconder) e essa é a maravilha que mantém as estrelas distantes eu carrego o seu coração (eu o levo em meu coração) tradução de: Edward Estlin Cummings original: http://www.poemhunter.com/poem/i-carry-your-heart-with-me-2/ [minhas tentativas de tradução... usei a palavra fado , no lugar de destino traduzindo fate , pois creio que o significado se torna mais profundo e mais sincero. e fica de acordo com a carga emocional do

A Raposa

é agora que aparece a Raposa: - “Bom dia, diz a raposa”. - Bom dia - responde polidamente o pequeno príncipe, que se vira, mas não vê nada. - eu estou aqui, diz a voz,... - quem é você? pergunta o pequeno príncipe. Você é bem bonita. - eu sou uma raposa, diz a raposa. - vem brincar comigo, lhe propõem o pequeno príncipe. Eu estou completamente triste... - Eu não posso brincar com você, diz a raposa. Eu não sou cativada. - ah! Desculpa, diz o pequeno príncipe. - “mas o que significa “cativar”? - Você não é daqui, diz a raposa. O que procura? - eu procuro os homens, diz o pequeno príncipe. -“mas o que significa “cativar”? - os homens, diz a raposa, eles têm os fuzis e eles caçam. E bem desagradável! Eles criam também galinhas. São seus únicos interesses. Você procura galinhas? - Não, diz o pequeno príncipe. Eu procuro amigos. - “mas o que significa “cativar”? - É uma coisa a muito esquecida, diz a raposa. Isso significa “criar laços...”. - Criar laços?

Limiar Público

Robert Doisneau O vapor embaçava a janela e saia da chaleira para o café matinal. O corpo também transpirava e turva a visão, seus pés umedeciam o chão da cozinha, formando uma cartografia pequena e denunciando seus rastros... Onde pontos remotos marcavam suas linhas verticais e horizontais de um vermelho adocicado pelo amargo do gole mais quente do seu corpo. E ao andar pela cidade, vazia e fantasmagórica em seus finais de semana de pré-folias, preliminares de pequenos córregos e várzeas que me preparo a percorrer nos futuros vindouros momentos de verão. A proximidade delicada, a força bruta do corpo dela, que vibra e transpira a cada toque meu. Liberam a adrenalina e a pulsação de que rente ao meu corpo se escondem mistérios de alcovas, que frequentadas antes de mim forram minha futura cama. é inebriante e altamente tóxico o cheiro que exala daquele corpo, que não tem donos nem proprietários. essa terra selvagem que transformam minhas seiscentas terminações tântricas em deuses pagãos

Tent[ativa]

sorte has to fly. e o balão inflado peito c a i . . . David Seymour

.com

Robert Doisneau Em 2005, na primeira tentativa de permanência do amor criei o blog Cafeinômetro, e cada pessoa que o acompanhava sabia para que fim eu escrevia. Simplesmente movida pelo amor, apaixonada pensei que em palavras imortalizaria as minhas musas. E sim um desejo egocêntrico visto ao longo dos séculos, poetas eternizando momentos que podem no futuro não significar mais nada para muitos. Mas para aquela pessoa, ao qual deitamos nossos momentâneos olhares, é para sempre. Escolho recomeçar essa etapa pelo primeiro poema do original Cafeinômetro, intitulado .com , naquela época já se traçava a cartografia de meus amores, que sempre me jogam para um lugar distante do meu território geográfico, que vulgarmente chamo de CORPO. O blog original até pouco tempo atrás tinha o intuito de agraciar minhas musas com palavras bonitas e galantes. Entretanto, a última delas, me deu uma rasteira que eu não esperava. Me fez voltar a escrever, me fez voltar a amar, me pediu para amá-la e quand

Sebos

Cartier - Bresson Palavras dentro das folhas amarelas mancham a visão dela. Seu mundo é rodeado de manchas e mofo. As paredes que a revestem estão descascando e rachando. Ela pensa no que foi... E o que foi? Queime, deixe virar pó antes... É o que grita nela, era o que gritava nele? Solidões são oceanos em nós mesmos, recobertos por marshmallow. Seu mundo é feito de doces, tudo cheira a novo é limpo. As paredes que o revestem são branquinhas e lisas. Ele pensa no que é... E o que é? Queime, deixe virar fogueira antes... É o que cala nele, é o que cala nela? O carro para na esquina, entre o sinal de transito e o supermercado. Ele desce para comprar cigarros, um desses baratos. Ele é barato. Do lado de fora da loja ela olha a vitrine de natal. Várias cores, neve falsa, ela puxa um cigarro, desses caros. Ela é cara. Sem perceber ele esbarra nela, perdendo o equilíbrio ambos dançam no chão molhado pela chuva. A respiração acelera, o carro acelera, os gemidos aceleram. A cama ta desfeita, r