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Robert Doisneau



Em 2005, na primeira tentativa de permanência do amor criei o blog Cafeinômetro, e cada pessoa que o acompanhava sabia para que fim eu escrevia. Simplesmente movida pelo amor, apaixonada pensei que em palavras imortalizaria as minhas musas.

E sim um desejo egocêntrico visto ao longo dos séculos, poetas eternizando momentos que podem no futuro não significar mais nada para muitos. Mas para aquela pessoa, ao qual deitamos nossos momentâneos olhares, é para sempre.

Escolho recomeçar essa etapa pelo primeiro poema do original Cafeinômetro, intitulado .com, naquela época já se traçava a cartografia de meus amores, que sempre me jogam para um lugar distante do meu território geográfico, que vulgarmente chamo de CORPO. O blog original até pouco tempo atrás tinha o intuito de agraciar minhas musas com palavras bonitas e galantes. Entretanto, a última delas, me deu uma rasteira que eu não esperava. Me fez voltar a escrever, me fez voltar a amar, me pediu para amá-la e quando esse intento consegue apenas me abandona para seguir seu próprio rumo. Dolorida, fiquei? Claro! Quem nunca amou e tentou conquistar que atire a primeira pedra.

E nessa trégua que pedi para entender se meu coração vai à guerra ou manda tudo às favas, resolvi reformular o blog, e me tornar inteira e não fragmentada e inacabada. Misturando presente e futuro, minhas musas não são mais diversas musas é apenas uma. E assim desse modo, acabo por resgatar em mim o desejo de me auto-intitular IMPÉRIO.



Na guarida da manhã guardo o relicário
Rogo um pouco de paz para o bestiário
Mesmo que a beira do abismo, todos sejam santos
e a tardias solidões sejam pecados.

Encontro na lagrima ainda morna
O fulgor da esperança de olhar o mundo
Através dos meus olhos estrábicos
Que outrora diziam os boêmios
Eram teus olhos embriagados.

Da dor, futuro esquecimento
Vi nascer fértil torrente
Que arrependida da escolha proferida
Levou embora a minha vida
e meu contentamento.

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autor desconhecido - Dar o cu dói? Dói. Então é a mesma coisa... - Ah! Mas o que isso tem haver? Na hora que esta tudo dentro e em movimento esquecesse a dor.  Será que e assim mesmo? O amor, esse sentimento medonho, contagioso, aidético é doloroso e prazeroso como dar o cu. Bem, ao menos quando se come um cu bem, a dor incomoda passa para a sensação de sentir o outro pulsando dentro da gente. Como se o coração estivesse ali, irrigando você de um algo muito maior que a dor. Mas o amor, o amor nem sempre traz isso, ele carrega uma paz e uma guerra que não conseguem uma trégua. Como conjugar e respeitar as escolhas d'outros se em nós os impérios devem se pacificar e sair de sua crise rotineira, para com pactos parcos estabelecer a paz no pós-guerra. Dar o cu é o pacto pós guerra. Deu o cu uma vez e gostou vai sempre querer dar de novo, ele vira a rendição do já rendido e do amor. Mas amar, bem, se amou uma vez gostou e doeu, bem ai não se tenta novamente.  Volto ...

.Com

Na guarida da manhã Rogo um pouco de paz Mesmo que a beira De uma solidão tardia Encontro na lagrima ainda morna O fulgor da esperança de olhar o mundo Através dos meus olhos Que outrora diziam os boêmios Eram teus olhos Mas eles sempre foram meus! E nessa pressão artística Que o lar de quem escreve Cria Vi nascer uma fértil torrente De dor e esquecimento Que em três segundos Levou embora a minha vida Arrependida De dogmas ultrapassados De chagas invisíveis Esclareci meus temores Em um gole de mim Me vi bebida com meus Próprios soluços Mas isso só fez ver que Sendo eu malandro Consigo perceber que A felicidade está Na cadencia do samba De uma alma Puramente Carioca. Copyright @ Carmo Senna, 2005

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