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Mostrando postagens de março, 2014

Brazier seu Senna sempre ecoa

Entre nos há um oceano Atlanticamente bem divisado Pois, estou cá embaixo Aguardando notícias Entre nós há dois anos Não havia nada só Espaço entre dos corpos  Que não sabiam o que fazer. Agora entre mim Há um muro de Berlim, Grafitado. Ocidente esperançoso Oriente desgostoso Entre nós Um Rio cortando uma cidade Em caracol, portando Meu nome. E um país jovem de m ais  quase descrevendo O seu sobrenome Meu amor velho por você Sempre bate a porta Uma chaleira nunca esquece Que seu brilho gélido Um dia fez um girassol Se apaixonar.

She

Existem vários momentos e o meu não há... Vestido de preto alheio ao mundo, Ele escondia seu buraco profundo dos olhares fugidios das moças virgens. Sentado ali, solitário ele ansiava por uma caneta. Por não mais sentir o fervilhar das palavras, perderá o hábito de andar com algum toco de coisa que escreva. Há aflição era tamanha que queria escrever com a própria unha na mesa de madeira. Talvez assim como os artesãos esquecidos, deixasse para a posteridade um entalhe bonito do que foi sua vida extremamente triste. Acompanhava com o olhar os pequenos detalhes do cotidiano. O menininho de cabelos cacheados que segurava a mão do pai e da mãe com um sorriso iluminado. O casal de namorados que mesmo separados por uma mesa quadrada se esforçavam para roçar os dedos um no outro, como se aquele calor e aquele gesto simples fosse um farol de pertença. O senhor, que pelas ruas leva um bouquet de girassol para a sua eterna namorada. Impecavelmente vestido, ele é ela laureando a id

Ponto turístico

Sempre pergunto, mesmo se eu não tiver a resposta. Já parei pra pensar que respostas eu quero. Só tento repetir a canção para com isso ganhar alento.  O sol sempre vai embora, e o dia que foi embora fiquei e fico pensando em nós dois... Tudo é assustador, o trânsito na cidade, o sono e sonhos com conhecidos e desconhecidos, a teimosia de imprimir um sorriso e passar por toda essas reverdes do cotidiano. Sinto coisas que não posso revelar, pois se sai em voz alta pode causar um furacão do outro lado do mundo, devastando cidades, florestas e sufocando meu eu.

murmúrios

o que eu quero não tem nome, nem cheiro nem cor. falta muito para deitar e ser tranquilo meu sono. meus sentimentos são doentes, é o que me disseram. minha vida é pesada, meu eu te amo é pesado. me sinto à deriva.

Ansiedade mode on

Entrar no ônibus agora é isso. Suar como se o ar-condicionado não estivesse ligado, tremer a cada curva, ter vontade de sair de dentro dele a medida que as pessoas vão lotando o corredor. É se perguntar se não era melhor ter acontecido do que viver nesse ciclo frágil de sua mente.  Queremos apenas desligar o botão. Apaguem as luzes! Preciso fingir que descanso...

DeCor

É, você se livrou de mim... O pior é que fico acordada insone, inerte, impotente. Você usou toda sua artilharia para machucar meus sentimentos. No entanto, esqueceu de perceber que meu peito vazio estava. Gostaria de saber, como o fará regressar? Deixei-o aí contigo. Em cada canto de você... Como vai devolver? Se é que já não foi posto no lixo, junto com as outras tantas coisas  velhas e gastas. Sei, que receio o momento que ele bater à porta e não estiver trazendo você, aí posso até esquecer. Mas não será você! Será, outro, e viraremos memória. Sabe, isso tudo é uma droga! Você pediu e repetiu para eu não parar. Agora tem de ser assim, me magoando na saudade, me machucando sem fé. Olhando aquele tolo recado, do dia 19 do mês retrasado... Vai saber o que encontrou? Deve ser bem melhor do que foi. Menos complicada, menos triste e mais feliz... Ah! Insônia maldita que bendita fica passando nós em película nas minhas íris marejadas. Ao menos um de nós, dorme em paz... Já que a m

Encanto

Momento em que suas palavras não descrevem um sentimento, mas uma canção sim http://youtu.be/lPZpKJcvXwA É uma coisa no peito, um parto Um hiato agudo Eu sei, eu sei... Você esquece Eu esqueço? Não. Só, fico Eu sei, eu sei Ausência de serTÃO NÓS

Dois Chicos e um Mar futuro...

Somos nós, Não sóis Mas orbitamos O céu a noite No meio do mar É negro. Tu vais Eu fico Nós juntos Existimos O tempo vai Girar o mundo Vai correr, as Flores desabrochar Os dissabores morrer. Nesse tempo Seremos sóis E nós feitos Serão desfeitos E o amor distante Se encontrará no levante Do novo pulsar.

Cega

Estanca um pouco Volta Eu, olhos Braços Mãos Pés. E mesmo cai Desmorona Chora! Atrapalhando Sentimentos Pensamentos Fardo Fado Vida. Caminha Falta Espaço Peito bato Ouço muito Retenho nada Grito ausente Sensações Impotentes Fala! Não, não é nada.

Maricotinha (aos pedaços parte II)

Samuel Kassapian Olá, como vai? Recebi sua carta, ela é enorme e uma verdadeira declaração de amor. Notei que fez questão de começar e terminar do mesmo modo, isso me deixou curiosa. Por que escolheu assim? E por que a primeira parte me parece menos concreta que a segunda? Não sei se um dia chegará a me responder,  ou fará outras cartas. Mas, gostei da coragem, ela é algo que me ajuda a manter-me de pé. Sim, sua coragem e o timbre de voz que encontro em cada linha e como desenrola cada assunto, me mantém de pé. Sempre gostei de escrever cartas, as redes sociais nunca me impediram de ter esse contato intimo, entre a letra e o papel, entre eu e o outro que fica do lado de lá da tela, a me ler em caracteres frios, mais cheios de sentimento. Resolvi  ler sua carta agora, por um saudosismo ou masoquismo, (creio que seja uma mistura de ambos). Nunca realmente recebi uma carta como sua. Tão crua e nua! Todas as que tenho, guardado no meu armário bagunçado (isso me deixa