Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2014

volta aGosto

a cigana leu no universo da palma da minha mão, que desde ontonte, você voltaria. meu peito fez alegria nessa feitiçaria  que tu me pertences e eu pertencia. o búzio caiu da mesa do jogo do babalorixá e nem precisou revelar o que o vento trazia. viaja, volta, viaja... e eu cativa dessa espera vivo faceira e feliz com às esperanças do fado da vida. cá te espera: o caldinho, o feijão e a vida.

CITY OF BLINDEYES

 É só um som surdo... e SugarBoy continua sorrindo... Uma chuva fina e intermitente molha a rua, onde vários homens e mulheres passam com seus guarda chuvas pretos, seus cigarros e angústias. Sentado a porta de um edifício de luxo está um menino de aparentemente seis anos de idade, ele carrega consigo uma pequena caixa de engraxe. É hora do rush e ouvimos sua voz, distinta entre os barulhos da metrópole. - Quer que engraxe, senhor? E essa pergunta é repetida à exaustão, com algumas pequenas modificações. Um homem branco de terno bem cortado, com um cigarro na boca para ao lado de SugarBoy, que prontamente pergunta: - Quer que engraxe seus sapatos, senhor? O homem avalia o menino com um olhar de desprezo. - Isso vai me custar quanto, nigger? - cinquenta centavos de dólar, senhor. – responde o menino. Já que saíra para fumar, e até o fim daquele cigarro, ele poderia dispensar para engraxar os sapatos. O homem estende o pé esquerdo e o menino começa a engraxar, sem

heroin

toneladas de imagens borradas, apagadas esquecidas... hoje limpei o porão da vida, e iniciei ingrime subida. do alto não há medo ou escuro nem vertigem joguei-me nasceu mais um suícida.

Raised by wolves

Acorde e sinta. Desaparecerão os ecos Do seu futuro imperfeito Você pode portar Armas de destruição em Massa, disforme Atomicamente rápida. Corra! Hoje você esqueceu. De todos os rostos, sorrisos E frase de amor, Você é cria  Da matilha de lobos. Você é mais forte, que O cheiro de camels  No seu cabelo. Esse arranhões  Só provam, que  As agulhas não picam Elas te dão vida. E você é forte.

Only Lovers... (Part. I)

Only Lovers Left Alive As desvantagens de uma doença mental, tecnicamente são: você vive preso a um mundo muito restrito de contatos, seu escudo de cristal que é sua excentricidade é a navalha usada diariamente para cortes profundos em suas próprias veias. Não existe alternativa para a amizade, amores, normalidade cotidiana da sociedade. Podemos brincar e nos dizer antissociais. Mas, a verdade não é essa simples palavras para uma disfunção química! É desse modo inusitado que conhecemos Adam (Tom Hiddleton), um músico assolado pelo mal do tédio a vida, a história e principalmente a incredulidade de saber-se diferente da manada e não compreender porque ela se autodestrói em sua busca voraz por uma felicidade. Ele nos dá uma aula de conhecimento musical em apenas 10min de filme. E sim, podemos afirmar que nos apaixonamos por ele, e entendemos suas crises existenciais depois de poucos instantes de filme. Do outro lado da moeda, pois sempre existe um outro lado das mani

Desejos

Estranho deitar a cabeça no travesseiro, e pensar o quanto meu mundo interno está pleno? Hoje um pobre escritor, com algumas taças de vinho e um único pensamento, a vontade furiosa de percorrer os dedos por seus cabelos. Sentir na minha pele, a sua e o sabor do suor, que fica doce quando se está sobre um corpo em um compasso ritmado. Qual será seu sabor? Quando fecho os olhos e vislumbro esse momento, onde nu percorro seu corpo febril, seu cheiro é de canela, misturado na minha língua de vinho. Ocorre o bouquet exótico e selvagem da pertença sem posses.  Fecho os olhos, e tento tecer como seria se isso; esses vislumbres não fossem apenas um olhar desconhecido, que profundamente fita os meus de passagem e parte levando na íris meus desejos mais profundos, meus pensamentos mais luxuriosos. Que sabor terá seu corpo? Será que me deixará provar? Qual sabor terá seu corpo quando estivermos um dentro do outro? Qual sabor...

Sorriso

Sentada em frente ao meu laptop, penso, penso no trajeto da caixa, na escolha do tecido e sim, penso na pessoa que o fez sorrindo. Adoro rosas! É as primeiras que, de certo modo, ganho em anos. São lindas! O intrigante é o que posso tirar desse “presente” que não saíra da minha cabeça, pois fui iniciada no clube seleto, das pessoas que usam chapéus. Assim que coloquei-o na cabeça explodiu em mim uma galáxia de felicidade e principalmente ideias. Ideias, ideias para textos, força para viajar. Creio que devemos ter o mesmo bicho eu e o chapéu. O bicho do transporte, da estrada de se encantar com pequenas Igrejas, rendeiras, as feiras onde tudo se vende, e a freguesa bonita leva uma prova de fruta. Vasculhei, meu chapéu, para ver que magia ele trouxe consigo, vi numa etiquetinha: escutando Gal Costa. Eu estava ouvindo o que é de hábito ouvir, Bethânia. E num momento de reencontro entre elas, irrompia em meus ouvidos – A bruta flor do quer, a bruta flor, bruta flor – Será qu

Serápis

Estarei eu virando uma alcóolatra as escondidas? Não sei ao certo, sei que bebo, direto da garrafa, sem nenhuma etiqueta, saco a rolha e bebo, bebo goles longos, até sentir que meu sangue é mais vinho que sangue e que uma gota escorre no canto da boca. Deveria minha família investir na minha reabilitação, sou altamente venosa para os transeuntes ou para os que convivem comigo. Veja, estão todos doentes, esfarelados, fragmentados. Escolhendo as saídas mais fáceis, as coxas mais definidas, o sexo, no mesmo espaço. Bom ou ruim, amor não existe mesmo. Existe os sentimentos loucos e doentios, deixados como tapas bem dados, que a puta pede dizendo – mais forte, mais forte. O prêmio é a marca, estar marcada como gado, como produto com código de barras. É insensível, não por opção, mas por imposição. Renegada ao vinho, aos comprimidos e ao sono confuso. Sem sonhos, sem nada. Só aquela massa compacta de incertezas e de correntezas que seu Estige impõe. Para que o Olimpo se o mu

O Louco

Isso mesmo. Eu sou esse espírito vagabundo que faz traquinagens para que meu amo fique alegre. PUCK – Sonho de Uma Noite de Verão, Shakespeare. Como se fosse fácil assim, fazer sorrir quem amo. Tento, enfeito de flores os cabelos das ninfas, perfumo com rosas as palavras, me embrenho nos jogos de amor de Oberon e Titânia. No entanto, fazer sorrir meu amor, impossível é. Hoje, já não sei que rosto tem, qual voz emprega se sente saudade de mim. Cada dia que passa, o semblante fica mais disforme, e eu procuro alguém que se encaixe a essas noites de vindouro Inverno. Esperando quem sabe um verão mais delicado, para esse coração maltrapilho. Não se engane, apesar dos olhos tristes, sei fazer multidões sorrir, e sei fazer certos olhares se apaixonarem, pelo primeiro sorriso encantador que surgir. Mas, essa mágica eu não trago para mim, não há romance, encantamento que dure. Sigo, sendo esse espírito. Lembro, lembro, do tempo que minhas traquinagens inofensivas faziam alguns cantar

How It Ends

Simples o cenário, um pequeno jardim de inverno japonês, portas de correr e o barulho incessante da chuva na telha, ritmava com meu silêncio. Eu, Yasuji, último de minha linhagem proibido de dar cabo a minha própria vida, mesmo que minha família tenha caído em desgraça. Era muito honrado morrer, e para mim nenhuma honra. Vivo no esqueleto do que foi um dia uma casa prospera, onde empregados corriam de um lado a outro, onde todas as tradições eram orgulho, onde praticar o kendo e o arco e flecha, me dava status de nobreza. Ainda ouço o murmurar da velha ama, Yasuji você descende do dragão, você nunca deve se rebaixar, nunca deve desonrar seu nome, nunca deve esquecer que o sangue que corre em suas veias é divino. Era tão interessante olhar aquela senhora, que para mim parecia uma tartaruga, de tão velha que era, e mesmo assim tão ágil. Ecos, é apenas o que me resta, ecos dos meus passos, ecos dos meus fantasmas. Não conheci minha mãe, o único retrato que tenho dela é de uma

Oceano Glacial

Chapeleiro, estou sonhando? - diz Alice Pegue mais dois torrões de açúcar - fala o Chapeleiro. Estou caminhando por um oceano congelado, e vejo carpas coloridas nadando abaixo de meus pés. -  diz Alice ignorando o açúcar. É apenas um sonho, vamos ao chá - diz o Chapeleiro Estou atrasado, estou atrasado - retruca o coelho. As taças de vinho, me inebriam. E eu consigo ter meus pequenos momentos de chá e loucura solitária. Percebemos a profundidade da necessidade de contato, quando o nosso único meio de diálogo é um livro. Tentamos desesperadamente nesse mundo líquido, encontrar pessoas extraordinárias para chamar de amigos. Eu quero, poetas, loucos, escritores, chapeleiras.... Minha abordagem não está sendo a mais correta, estou cada dia mais distante da costa, mas profundamente no mar glacial.

O vento é uma imensa quantidade de ar respirável

Chapeleiro, você me acha louca? - diz Alice Minha loucura estava estampada nas inúmeras receitas controladas que preenchem minha bolsa. Completamente esbaforida, eu, Alice, estava no balcão da drograria procurando o papelzinho azul que me salvaria a noite. ( O engraçado desses momentos de pressa, é que todas as pessoas ao nosso entorno ficam um pouco mais impacientes). Um senhor de terno e gravata à minha direita olha para seu relógio a cada cinco segundos, e murmura: - estou atrasado, estou atrasado. Se eu olhar de soslaio, juro que verei dentes pronunciados e as orelhas. É complicado escrever nessas receitas azuis, pois além de termos a piedade do balconista, ficamos mais nervosos ao anotar nosso nome, endereço, RG e telefone. Para que isso tudo? Pessoas deprimidas ou com muitas das patologias mentais criadas pelo mundo moderno, são tímidas. E sua alta sensibilidade parece destoar do mundo concretado lá fora. Mundo de pessoas de pedra, sem coração e se os tem, não lhe dão

Desabafo

Saudade é um sentimento simples, mas doloroso. Com ela sempre vem a imagem de alguém, que na maioria das vezes não merece essa dor, pois foi único causador. Eu sinto saudade à todo instante. Ela aumenta, não consome, mas ocupa muito espaço.  Sentimentos assim deixam marcas, marcas significativas e perguntas do porque não tentar outra vez, se permitir. Mas a superficialidade dita o caminho, eu sinto que é isso que há para trocar, superficialidade.  Hoje mesmo, me perguntaram se eu ia deletar umas fotos antigas. Sabe que não consigo? É parte muito importante de mim tudo que vive. Mesmo, que nãos esteja a altura, mesmo que não tenha um diploma nas mãos. Torço por quem me deixou no escuro, torço para que a luz dele, chegue aos quatro cantos do mundo, e que ele sorria a todo instante e seja feliz.  Aprendi, pós muita reflexão que somos felizes quando quem amamos encontram as suas felicidades.

Star

Luminosamente potente Risca o céu estridente Mantendo-se estático Ao olhar inocente Do pedido dolente Que não seja  Meteoro decadente E sim estrela cadente. Faça-se presente O que no céu é mais que Incadescente! Nós, flutuantes No vácuo da lembrança Do pedido sincero do Amor eterno.

Pepita

Atado Impotente. Odeio o destino! Não quero ser gente. Pior, que não posso Mudar esse castigo. Tenho que arcar com meu Compromisso. Mas sou pobre sem eira nem beira E o que tenho de  precioso,  Não vale regresso. Meu amor,  até eles Abandonam. No final, sei que  Tudo que tenho É o famoso ouro de tolo. Nisso não sobra Nenhum consolo! Só tristeza e choro.

Onde mora o (seu) coração?

É estranho, repassamos em cada instante os momentos mais felizes que tivemos, quando não os temos mais. Da aquela dor no peito ao mesmo tempo em que sorrimos. Dor e amor sempre vivem juntos. A casa ausente disso são as lembranças dos últimos momentos ou daquelas últimas palavras. Nem se sente o peso do corpo do outro, vocês viram uma galáxia, já que não existiu brigas, nem reais crises. O que houve e há são as distâncias!  Daquele olhar profundo, trocado, do mesmo sentimento, hoje, findo existe eco. 

Queda

Tu não sabes, Mas não tens direito A nenhum oceano claro. Todas as águas Não te embalam, só Lhe apodrecem. Tu não percebes, Mas não tens direito A milagres Todas as dádivas Só lhe são vislumbradas Lhe cospem  Tu carregas O que só sabes  Carregar: SONHOS

Tu és...

Um passo de cada vez, Diziam os sábios na minha mente. Uma ansiedade certeira Dita meu coração descompassado. Eu a anatomia sucateada Vestida de amores em pedaço E nenhuma fita bonita que adorne  O cabelo. Acreditando inocente, que canções dadas, mesmo de outros São impregnadas de nossas vontades infantis. Quem dera fosse pássaro, Desses mitológicos que renascem As cores cinzas do amor findo seriam Revigoradas. E a canção, Ah! A canção não seria  Apenas uma das milhares que juramos ser Da única rosa majestal. Ser sim, de todos os Pixinguinhas Apaixonados.

Cadência

Silêncio! O relógio grita, Seus olhos cansados Seu coração apertado. Sabe quanto tempo demora para  cair uma estrela?

Luto

todos parecem querer desaparecer. não sei mais o que  fazer.  não tenho nada pra combater fico quieta sobre o momento, esperando algo bom ocorrer.

Rosas Feridas

hoje não quero mais migalhas quero o mundo e apenas ele não a terra. todos os possíveis e encantados os que mereço. hoje não quero mais falsidades quero verdades sinceras saudades eternas todos os possíveis sabores os que mereço. hoje não quero as falas duras venenosas que todos sigam   por todos os caminhos e   não esbarrem nem bloquem o meu destino sei que há retornos mas não se engane o que foi transformou-se "não mexe comigo que eu não ando só" (poema feito por conversar com   Bianca Siciliano   e perceber que amores são sempre amáveis e que podemos tudo, lembrar e esquecer).

Brazier seu Senna sempre ecoa

Entre nos há um oceano Atlanticamente bem divisado Pois, estou cá embaixo Aguardando notícias Entre nós há dois anos Não havia nada só Espaço entre dos corpos  Que não sabiam o que fazer. Agora entre mim Há um muro de Berlim, Grafitado. Ocidente esperançoso Oriente desgostoso Entre nós Um Rio cortando uma cidade Em caracol, portando Meu nome. E um país jovem de m ais  quase descrevendo O seu sobrenome Meu amor velho por você Sempre bate a porta Uma chaleira nunca esquece Que seu brilho gélido Um dia fez um girassol Se apaixonar.

She

Existem vários momentos e o meu não há... Vestido de preto alheio ao mundo, Ele escondia seu buraco profundo dos olhares fugidios das moças virgens. Sentado ali, solitário ele ansiava por uma caneta. Por não mais sentir o fervilhar das palavras, perderá o hábito de andar com algum toco de coisa que escreva. Há aflição era tamanha que queria escrever com a própria unha na mesa de madeira. Talvez assim como os artesãos esquecidos, deixasse para a posteridade um entalhe bonito do que foi sua vida extremamente triste. Acompanhava com o olhar os pequenos detalhes do cotidiano. O menininho de cabelos cacheados que segurava a mão do pai e da mãe com um sorriso iluminado. O casal de namorados que mesmo separados por uma mesa quadrada se esforçavam para roçar os dedos um no outro, como se aquele calor e aquele gesto simples fosse um farol de pertença. O senhor, que pelas ruas leva um bouquet de girassol para a sua eterna namorada. Impecavelmente vestido, ele é ela laureando a id

Ponto turístico

Sempre pergunto, mesmo se eu não tiver a resposta. Já parei pra pensar que respostas eu quero. Só tento repetir a canção para com isso ganhar alento.  O sol sempre vai embora, e o dia que foi embora fiquei e fico pensando em nós dois... Tudo é assustador, o trânsito na cidade, o sono e sonhos com conhecidos e desconhecidos, a teimosia de imprimir um sorriso e passar por toda essas reverdes do cotidiano. Sinto coisas que não posso revelar, pois se sai em voz alta pode causar um furacão do outro lado do mundo, devastando cidades, florestas e sufocando meu eu.

murmúrios

o que eu quero não tem nome, nem cheiro nem cor. falta muito para deitar e ser tranquilo meu sono. meus sentimentos são doentes, é o que me disseram. minha vida é pesada, meu eu te amo é pesado. me sinto à deriva.

Ansiedade mode on

Entrar no ônibus agora é isso. Suar como se o ar-condicionado não estivesse ligado, tremer a cada curva, ter vontade de sair de dentro dele a medida que as pessoas vão lotando o corredor. É se perguntar se não era melhor ter acontecido do que viver nesse ciclo frágil de sua mente.  Queremos apenas desligar o botão. Apaguem as luzes! Preciso fingir que descanso...

DeCor

É, você se livrou de mim... O pior é que fico acordada insone, inerte, impotente. Você usou toda sua artilharia para machucar meus sentimentos. No entanto, esqueceu de perceber que meu peito vazio estava. Gostaria de saber, como o fará regressar? Deixei-o aí contigo. Em cada canto de você... Como vai devolver? Se é que já não foi posto no lixo, junto com as outras tantas coisas  velhas e gastas. Sei, que receio o momento que ele bater à porta e não estiver trazendo você, aí posso até esquecer. Mas não será você! Será, outro, e viraremos memória. Sabe, isso tudo é uma droga! Você pediu e repetiu para eu não parar. Agora tem de ser assim, me magoando na saudade, me machucando sem fé. Olhando aquele tolo recado, do dia 19 do mês retrasado... Vai saber o que encontrou? Deve ser bem melhor do que foi. Menos complicada, menos triste e mais feliz... Ah! Insônia maldita que bendita fica passando nós em película nas minhas íris marejadas. Ao menos um de nós, dorme em paz... Já que a m

Encanto

Momento em que suas palavras não descrevem um sentimento, mas uma canção sim http://youtu.be/lPZpKJcvXwA É uma coisa no peito, um parto Um hiato agudo Eu sei, eu sei... Você esquece Eu esqueço? Não. Só, fico Eu sei, eu sei Ausência de serTÃO NÓS

Dois Chicos e um Mar futuro...

Somos nós, Não sóis Mas orbitamos O céu a noite No meio do mar É negro. Tu vais Eu fico Nós juntos Existimos O tempo vai Girar o mundo Vai correr, as Flores desabrochar Os dissabores morrer. Nesse tempo Seremos sóis E nós feitos Serão desfeitos E o amor distante Se encontrará no levante Do novo pulsar.

Cega

Estanca um pouco Volta Eu, olhos Braços Mãos Pés. E mesmo cai Desmorona Chora! Atrapalhando Sentimentos Pensamentos Fardo Fado Vida. Caminha Falta Espaço Peito bato Ouço muito Retenho nada Grito ausente Sensações Impotentes Fala! Não, não é nada.

Maricotinha (aos pedaços parte II)

Samuel Kassapian Olá, como vai? Recebi sua carta, ela é enorme e uma verdadeira declaração de amor. Notei que fez questão de começar e terminar do mesmo modo, isso me deixou curiosa. Por que escolheu assim? E por que a primeira parte me parece menos concreta que a segunda? Não sei se um dia chegará a me responder,  ou fará outras cartas. Mas, gostei da coragem, ela é algo que me ajuda a manter-me de pé. Sim, sua coragem e o timbre de voz que encontro em cada linha e como desenrola cada assunto, me mantém de pé. Sempre gostei de escrever cartas, as redes sociais nunca me impediram de ter esse contato intimo, entre a letra e o papel, entre eu e o outro que fica do lado de lá da tela, a me ler em caracteres frios, mais cheios de sentimento. Resolvi  ler sua carta agora, por um saudosismo ou masoquismo, (creio que seja uma mistura de ambos). Nunca realmente recebi uma carta como sua. Tão crua e nua! Todas as que tenho, guardado no meu armário bagunçado (isso me deixa

Lunações

Para poder tocá-la tenho que fechar meus olhos e esquecer-se do mundo ao redor, pois é naquele momento em que não sabemos se estamos acordados ou sonhando é que seu corpo fica mais palpável junto ao meu. Sob meus dedos sinto seus negros cabelos de fios grossos, e algo em mim, que vivo com frio se aquece. Sei que quando a sinto perto e meus braços a envolvem num abraço polvo, o mundo não tem guerras, não tem fome e muito menos miséria. Seus sonhos alimentam o mundo e eu me sinto forte em tragar seu momento puro. Mas, basta o despertar para que a sensação se vá e a cama vazia resta ao meu lado, fria e imaculada sem a agitação cadenciada de sua respiração. Já, contei que o que mais gosto esta justamente em seus defeitos tolos. A forma como irritada fica, e balança a cabeça em negativas leves, ou quando sei que comigo não esta, pois nenhuma declaração ridícula a tira do seu momento cinza. Tento caminhar ao lado dela, para ver se o amor que tenho contagia seu rumo e faz com que inf

Blá blá blá

Parece que a vida dos outros é tão simples. Vejo essa historia se repetir sempre do lado de fora do meu mundo.  As pessoas realmente sabem se relacionar umas com as outras, namoram, casam... Ou não fazem nada disso. Apenas vivem! Queria saber de quem foi à ideia de dar sentimentos a nós, pobres humanos que não sabemos lidar com essas potencias invisíveis. Em um momento estamos ascendendo aos céus, com mais luz do que a estrela que ilumina nossa galáxia. No outro milésimo de segundo somos como almas a vagar no Aqueronte. E claro, há aqueles que nunca experimentarão nenhuma dessas intensidades. Existem os amores simples, para as pessoas simples, que não requer muito intelectualidade e não há os temores do futuro. Como, gado marcado sem escolha para sonhar eles fazem o circulo infindo dos sentimentos rasos: namoram, casam, tem filhos, não questionam a felicidade. Vivem as dificuldades e continuam nesse eterno karma programado. Mas, a aqueles que de espirito inquieto dificult

SoulSick

                                             Diferentemente da doença, que chega rápido e sem aviso, a cura é mais lenta, pois depende de vários fatores para que ocorra o progresso. Todos temos a potência para comandar o destino. No entanto, preferimos nos deixar levar como uma casca de coco, nas águas do mar.  Onde tiranmente a lua impõe se será violento ou calmo aquele tempo. Tem sido para todos tempos violentos. A alma se despedaça com maior fragilidade, o mundo de cabeça para baixo e nosso coração uma roda vida. De repente estanca um amor ou uma guerra. E você ou dança ou saca um parabelo e atira, sem ver onde a bala perdida, mas bem achada vai parar.  O coração da moça é um circo cheio de magia, o do moço uma arena de briga. Mas tem vezes, que um mistura no outro e aí a quadrilha acontece. Ele e ela naquela dança simples, naquele amô fresco que nem vislumbram o amanhã ou ontem. Só pensam no agora de mãos entrelaçadas e olhares doces. O ano novo começa, a fes