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Only Lovers Left Alive |
As desvantagens de uma doença mental,
tecnicamente são: você vive preso a um mundo muito restrito de contatos, seu
escudo de cristal que é sua excentricidade é a navalha usada diariamente para
cortes profundos em suas próprias veias. Não existe alternativa para a amizade,
amores, normalidade cotidiana da sociedade.
Podemos brincar e nos dizer antissociais.
Mas, a verdade não é essa simples palavras para uma disfunção química!
É desse modo inusitado que
conhecemos Adam (Tom Hiddleton), um músico assolado pelo mal do tédio a vida, a
história e principalmente a incredulidade de saber-se diferente da manada e não
compreender porque ela se autodestrói em sua busca voraz por uma felicidade.
Ele nos dá uma aula de
conhecimento musical em apenas 10min de filme. E sim, podemos afirmar que nos
apaixonamos por ele, e entendemos suas crises existenciais depois de poucos
instantes de filme.
Do outro lado da moeda, pois
sempre existe um outro lado das manias, temos Eve (Tilda Swinton) a parte
branca, a parte onde a mania corrosiva se trasveste de sobrevivência e
adaptação. Ela não está presa a um momento, ao tédio de existir ela
simplesmente dança e lê e devora esses pequenos prazeres da vida.
Mas o amor, é um prazer caro de
manter... E já são séculos com o mesmo homem, para entender o que ele sente...
Por isso, ela sai do seu pequeno paraíso para salvá-lo de mais uma crise de
meio século e sua depressão crônica.
Mas, e a fome? A fome continua
sendo a mesma?
É ai que compreendemos o desequilíbrio
dos polos perfeitos, há e sempre existirá uma corrosão cirúrgica no encontro:
Eva (Mia Wasikowska), a irresponsabilidade, traduzida em convergência. Qual desequilíbrio
Eva traz? Ela porta em seu modo de falar, andar e se comportar o limite que
vivemos diariamente quando compreendemos que não podemos produzir o mesmo som,
mesmo que os instrumentos sejam idênticos.
E precisamente o humor das
escolhas dos nomes, o esforço, o descontentamento e a perda, pontuam o retorno
que todos os que levemente vivem com almas a mais em suas costas: ir adiante e
se entregar ao prazer taciturno de recomeçar mesmo sabendo que o fim é mais uma
vez as primeiras ruínas de uma nova vida.
(To be continued...)
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