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O conforto estava de ser algo mínimo, um pedaço de nada em equilíbrio com tudo. Mas bicho, que humano, que fareja as estrelas para se alimentar.  Trazendo-as para próximo do abismo, e cair, continuar caindo infinitamente dentro de si, e descobrindo que a paz da queda preenche mais que viver cheio para viver para alguém.

O que é esse full fou dentro de mim? Senhor descompassado que regressa imperdoável para o presente como se todo o universo em buraco negro mordesse os calcanhares do meu coração inexistente. O passado ensina a viver o presente com menos amarras e menos medos, entretanto trás mais brumosas escolhas que meu caminho de lodo, composto de pó de estrelas defloram a cada pisar fecundo e extremamente estéril. Reconstrói planetas tóxicos de fortalezas de areia e tempestades áridas.

Ao olhar, percebe o vazio negrume nos olhos, sem vontade de preenchimento de lua ou sol, apenas o confortável negro ianomâmi de uma existência assumidamente dual. Olha para o lado e despenca infinitamente desfiladeiros em alcovas. A sombra é sempre mais branda que a luz, o negro não cega como a luz, só trás o conforto de ser pela primeira vez, um arcano maior.

Comentários

  1. Me agrada muito essa orgânica relação com o passado, ao invés de um presente continuo.

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  2. Modestamente funesto. Tem muito a ver comigo. Carmosita querida sempre manda bem em seus textos e me escancara um espelho diante de meu rosto distante apenas centímetros dessa minha cara sem medo e cheia de cicatrizes.

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Contamos nossos segredos Em uma sala imaginária Onde todas as angustias são dilaceradas Nos resta apenas observar e aprender um com o outro Sempre valorizando o conselho dado A escolha feita por cada coração. Não importa os limites impostos Pela sociedade, nos acostumamos a quebrar. As nossas barreiras para as conversas Somos acompanhantes nesta selva De palavras que nos torna cada vez Mais amigos E o que nos liberta e aprisiona São as linhas, letras e formas tão Suas e minhas Que é quase impossível avaliar Onde começa eu ou termina você. (Ao meu amigo Dantas que não reconheceu seu verso em outro poema) Copyright @ Carmo Senna, 2006