Pular para o conteúdo principal

Eu, Modi

amadeo modigliani


Meu corpo jaz sobre a neve
E o branco do vestido da noiva
Que me espera no fim da estrada
De vermelho tinge a noite
Os flocos caem sobre meu bebê
E seu rosto respingado de azul
Celeste, é o nome

Pintarei seus olhos
Quando neles descobrir o segredo
De sua alma

Meu corpo jaz sobre a neve
Os passos que me precedem
São ecos do meu futuro

Do filho natimorto que
carregaste no ventre

sangue escorre por minha boca
Meu rosto tem a maquiagem
Borrada
O pranto desfigurado
Onde
O eterno não é infinito
Mas infinito se eterniza
Em mim

(Para Modligliani)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Amor CU

autor desconhecido - Dar o cu dói? Dói. Então é a mesma coisa... - Ah! Mas o que isso tem haver? Na hora que esta tudo dentro e em movimento esquecesse a dor.  Será que e assim mesmo? O amor, esse sentimento medonho, contagioso, aidético é doloroso e prazeroso como dar o cu. Bem, ao menos quando se come um cu bem, a dor incomoda passa para a sensação de sentir o outro pulsando dentro da gente. Como se o coração estivesse ali, irrigando você de um algo muito maior que a dor. Mas o amor, o amor nem sempre traz isso, ele carrega uma paz e uma guerra que não conseguem uma trégua. Como conjugar e respeitar as escolhas d'outros se em nós os impérios devem se pacificar e sair de sua crise rotineira, para com pactos parcos estabelecer a paz no pós-guerra. Dar o cu é o pacto pós guerra. Deu o cu uma vez e gostou vai sempre querer dar de novo, ele vira a rendição do já rendido e do amor. Mas amar, bem, se amou uma vez gostou e doeu, bem ai não se tenta novamente.  Volto a pen

TAKE AWAY

  

Escadas do CCBB

Contamos nossos segredos Em uma sala imaginária Onde todas as angustias são dilaceradas Nos resta apenas observar e aprender um com o outro Sempre valorizando o conselho dado A escolha feita por cada coração. Não importa os limites impostos Pela sociedade, nos acostumamos a quebrar. As nossas barreiras para as conversas Somos acompanhantes nesta selva De palavras que nos torna cada vez Mais amigos E o que nos liberta e aprisiona São as linhas, letras e formas tão Suas e minhas Que é quase impossível avaliar Onde começa eu ou termina você. (Ao meu amigo Dantas que não reconheceu seu verso em outro poema) Copyright @ Carmo Senna, 2006