Pular para o conteúdo principal

Sorriso Italiano

É enigmático o aroma da manhã ao lado dela, seu rosto tranqüilo persegue minhas lembranças. Lembranças essas que eu não poderia ter, pois nunca vivi em sua época.Mas seu belo sorriso me fez olhar pra mim de forma diferente, e tentar entender em seu retrato se a mesma imagem se reproduziria em outra pessoa, da mesma forma.
Mas isso é um risco que a pintura nos oferece. E assim também é com seu sorriso. Poderia ser a imagem de qualquer coisa, os enigmas do mundo podem se perder nos seus olhos e se encontrar na sua boca. Será que pra mim seria as respostas das minhas mundanas perguntas? Ou a face de uma nova peregrinação pra me autodissecar?
Seu estilo de vida, suas impressões do mundo ficaram gravadas naquele sorriso, que ao meu coração só trouxe admiração...
Esses são os sentimentos de um dia de pegadas diferentes, décadas diferentes, escolhas diferentes. Entretanto os mesmos amores, os mesmos sintomas, os mesmo livros, os mesmos erros, os mesmo sonhos...
Só seu sorriso fez remover algo de nublado, que havia em mim há meses. Uma única conversa me salvou do total medo de não demonstrar quem eu sou sem receio de cair do cavalo ou me apaixonar de novo na próxima esquina que redescobrir que todos quando brilham pra mim são Monalisa!
Copyright @ Carmo Senna, 2005

Comentários

  1. E a Colombina também nao mais sorriu, sorriso verdadeiro, de alma.... assim como também nunca mais falou, pois a voz rouca dominou sua vida... nunca mais escreveu, pois não há mais inspiração ou desejo..... nunca mais dormiu, pois os olhos não são seus, os sonhos talvez.... nunca mais comeu, se alimenta de sorrisos e bolhas de sabão..... e pensou, e chorou, se machucou e enfim se entregou aos vicios de sua vidinha podre.... Mais uma coisa o Pierrot nao sabe, ela fez um quadro seu, com pedaços de papel, canções, fotos, lembranças e cafeina..... e no final da apresentação foi aplaudida pelos críticos e admiradores, sorriu, um sorriso italiano bem grande, mais ao olhar no espelho, ela chorou como uma criança, e a partir desse dia os dois tiveram uma lágrima na face, a Colombina e o Pierrot.

    Palvras bobas, jogadas ao vento.... de um palhaço no esquecimento...

    PALHAÇO (só vc enxergará as entrelinhas, poeta!)

    ResponderExcluir
  2. Você deprime! Por favor... tenta outra!

    ResponderExcluir
  3. E se vc entra e porque adora se deprimir , meu Deus! continua sem assumir quem é, tá com medo de perder o que, ou melhor quem? se bem que eu acho que seja lá o que for ja perdeu! heheheheh

    ResponderExcluir
  4. A colombina depois de um ano falou, gritou para o mundo seu sentimento verdadeiro... e ao falar, chorou... percebeu que Pierro a esqueceu. E hoje só colombina carrega a lágrima (na maquiagem e na face) poucos a percebem, pq ela esconde atras de um Sorriso.

    PONTO FINAL

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Amor CU

autor desconhecido - Dar o cu dói? Dói. Então é a mesma coisa... - Ah! Mas o que isso tem haver? Na hora que esta tudo dentro e em movimento esquecesse a dor.  Será que e assim mesmo? O amor, esse sentimento medonho, contagioso, aidético é doloroso e prazeroso como dar o cu. Bem, ao menos quando se come um cu bem, a dor incomoda passa para a sensação de sentir o outro pulsando dentro da gente. Como se o coração estivesse ali, irrigando você de um algo muito maior que a dor. Mas o amor, o amor nem sempre traz isso, ele carrega uma paz e uma guerra que não conseguem uma trégua. Como conjugar e respeitar as escolhas d'outros se em nós os impérios devem se pacificar e sair de sua crise rotineira, para com pactos parcos estabelecer a paz no pós-guerra. Dar o cu é o pacto pós guerra. Deu o cu uma vez e gostou vai sempre querer dar de novo, ele vira a rendição do já rendido e do amor. Mas amar, bem, se amou uma vez gostou e doeu, bem ai não se tenta novamente.  Volto a pen

TAKE AWAY

  

Escadas do CCBB

Contamos nossos segredos Em uma sala imaginária Onde todas as angustias são dilaceradas Nos resta apenas observar e aprender um com o outro Sempre valorizando o conselho dado A escolha feita por cada coração. Não importa os limites impostos Pela sociedade, nos acostumamos a quebrar. As nossas barreiras para as conversas Somos acompanhantes nesta selva De palavras que nos torna cada vez Mais amigos E o que nos liberta e aprisiona São as linhas, letras e formas tão Suas e minhas Que é quase impossível avaliar Onde começa eu ou termina você. (Ao meu amigo Dantas que não reconheceu seu verso em outro poema) Copyright @ Carmo Senna, 2006