Henri Cartier-Bresson É simples, o tempo se esvai levando para debaixo da terra, a poeira que o invadia. E são as amplas gavetas do quarto, as amplas gavetas que não podemos acessar, por estarmos boiando, ou melhor, orbitando ao seu redor que acaba por nos afogar, afogar de modo estrangulado. Juncos, raízes e brotos, fazem do tempo à hipotermia de quarenta graus acima de zero. A hipotermia causada pelo suor, que se mistura a poeira nas reentrâncias do seu corpo, que escorre criando uma lama, um momento movediço, uma não adaptação do eu para seu próprio eu-outro. E o lugar, que lugar é esse que queima a água-viva, que faz sertões e principalmente Tristãos, Ulisses, Romeus, que o transforma em Isoldas, Julietas, que o transforma nas palavras, que perpassa o eu-lírico masculino mais usual, mais pudico e comedido, para o grito espalmado em placas de aço, dela, dela que escreve tremula, que percebe que não escreve, reverbera. Que esta só! Junto com seu corpo nu, que toca ...