Pular para o conteúdo principal

Amor CU


autor desconhecido


- Dar o cu dói? Dói. Então é a mesma coisa... - Ah! Mas o que isso tem haver? Na hora que esta tudo dentro e em movimento esquecesse a dor. 

Será que e assim mesmo? O amor, esse sentimento medonho, contagioso, aidético é doloroso e prazeroso como dar o cu. Bem, ao menos quando se come um cu bem, a dor incomoda passa para a sensação de sentir o outro pulsando dentro da gente. Como se o coração estivesse ali, irrigando você de um algo muito maior que a dor. Mas o amor, o amor nem sempre traz isso, ele carrega uma paz e uma guerra que não conseguem uma trégua. Como conjugar e respeitar as escolhas d'outros se em nós os impérios devem se pacificar e sair de sua crise rotineira, para com pactos parcos estabelecer a paz no pós-guerra. Dar o cu é o pacto pós guerra. Deu o cu uma vez e gostou vai sempre querer dar de novo, ele vira a rendição do já rendido e do amor. Mas amar, bem, se amou uma vez gostou e doeu, bem ai não se tenta novamente.  Volto a pensar que o amor é fodido, e horas trancafia a gente na dor, horas deixa a gente tomar banho de sol no pátio. E na foda, na boa foda, se uma das partes tem amor, o maldito acaba pedindo carinho, acaba cobrando compromisso, cobrando assiduidade naquela vontade de repetir a dose de dor. A dor de amor, claro, com as merdas todas concentradas nos dramas do coração levam a se criar mais soldados e mais guerras dentro do diabo apaixonado do que no outro que o diabo ama. E aí se da o cu, se dá amor, se dá carinho e se explode. Explode em muitas coisas. Vira um carro desgovernado querendo andar a álcool e a gás ao mesmo tempo, calibrando e descalibrando a rapidez do vai e vem da dor. E nisso as dores divergem; a dor de amor e dor de dar o cu, pois um dói de permanecia e concretude o outro dói de gozo e suor. Mas ambas como uma mitocôndria desgovernada querem residir juntinhas, já que sé é dor que se torne prazer.

A dor de amor é sim a dor de dar o cu, só que dói mais fundo.

Comentários

  1. Isso me faz pensar como é bom viver sem, um que eu já conheço, e o outro que estou longe de ter curiosidade.
    Meus parabéns por sua poesia, análise, e desabafo sobre o amores e suas dores.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acho que no fim a gente experimenta, experimenta se deixar sentir o outro a dor do outro. Brigada pelo comentário

      Excluir
  2. VOCÊ NÃO É COMO UMA LAGARTIXA MAS ESCREVE MUITO BEM, LÍ MAS NÃO SOU DE DAR CÚ PREFIRO APANHAR, A ÚNICA COISA QUE NÃO GOSTEI É DA BUNDA DE UM MACHO VIRADA PRA MIM ISSO É BEM GAY !

    ResponderExcluir
  3. Lindo o texto. É isto mesmo.

    ResponderExcluir
  4. Ah..veja o meu blogue...
    www.alvordesnudo.blogspot.com

    ResponderExcluir
  5. Seus textos mudaram um pouco mas continuas escrevendo muito bem como sempre... uma dia ainda compra um livro seu.

    ResponderExcluir
  6. Nada sei sobre da o cu mas sei sobre o amor...o amor deixa marcas!
    bj

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

TAKE AWAY

  

Escadas do CCBB

Contamos nossos segredos Em uma sala imaginária Onde todas as angustias são dilaceradas Nos resta apenas observar e aprender um com o outro Sempre valorizando o conselho dado A escolha feita por cada coração. Não importa os limites impostos Pela sociedade, nos acostumamos a quebrar. As nossas barreiras para as conversas Somos acompanhantes nesta selva De palavras que nos torna cada vez Mais amigos E o que nos liberta e aprisiona São as linhas, letras e formas tão Suas e minhas Que é quase impossível avaliar Onde começa eu ou termina você. (Ao meu amigo Dantas que não reconheceu seu verso em outro poema) Copyright @ Carmo Senna, 2006